sábado, 19 de setembro de 2015

Elas têm poder...

     

E muito...

Movem montanhas, constroem heróis, pintam vilões, marcam a alma, contam histórias, fazem agir, fazem o bem, dividem tristezas, descrevem memórias, multiplicam o amor, dão força às magoas, porque nem sempre são boas, essas danadas... Com sua força o mar dança, deuses tomam forma, príncipes criam vida, o que era só ida vira volta e tudo se mistura num liquidificador. Como as coroas douradas, as palavras dão poder: de furar e ferir, costurar e colar, de fazer virar infinito, de fazer ser eterno. Se faltam, deixam culpas; se sobram, deixam cicatrizes.

Com elas é que a menina se põe a sonhar: acredita, sente e faz com que acreditem no que passa em seu coração, as vezes de forma atrapalhada, quando os pensamentos são mais rápidos do que ela pode colocá-los no mundo, mas tudo sai sem filtros, sem pudor, num fluxo constante.

A mulher, por sua vez, se defende, argumenta, vira o jogo, dá sermão, usa todas as cartas na manga para construir, conduzir, acalmar, mas não se acalma. O pensamento continua rápido demais, os desejos desencontram a realidade, e as palavras lhe faltam, há anos elas lhe faltam. Talvez não mais... Talvez!

As duas juntas fazem das palavras gato e sapato: um tornado na mente, uma enchente no coração, uma calmaria na fala sempre controlada... E cada detalhe do que já lhe foi dito, rasgado e jogado pra fora sem cuidado, a transforma em uma nova versão de si, um novo fenômeno da natureza, em verde, em azul. E cada letra vira ferramenta: organiza, desregula,  transforma, reinventa e volta ao começo, tudo de novo. Ela pinta e borda para colocar-se nos eixos, para perder-se no tempo, para encontrar a saída, transbordando tudo que sobra e não lhe fará falta.

Desenrola! Esclarece! Cura! Muda!

Ahhhh, essas palavras!



Ao cara que me fez escrever de novo, obrigada =D
Por algumas pessoas vale a pena... 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Despedidas, distância e saudade...



  Não lido bem com despedidas nem com distância! 
  
  Parece-me tão injusto ter que ver as pessoas que mais amo e dizer tchau, aquelas pessoas que me fizeram sentir especial, que só de ver já me fazem sorrir, que os abraços sempre me confortaram, que as palavras sempre foram úteis, que os conselhos foram de bom coração, aquelas de quem a preocupação comigo foi sincera... 
  Pra então só restar saudade? As boas lembranças não me parecem suficientes, tampouco.
  Nada paga a presença física, poder ver de perto o brilho nos olhos de quem é especial pra gente! Ninguém substitui quem já passou por nossas vidas e fez diferença, que fez-nos sentir algo bom. As memórias não são descartáveis assim!

  Quando a gente é criança mal nota as despedidas ou as mudanças, nos adaptamos rapidamente a novos ambientes, mas então a gente cresce e as coisas se complicam: a gente se envolve mais com as pessoas, conhece-as melhor, divide problemas, responsabilidades, divide conquistas, anda junto por um trecho da vida para, um dia, nossos caminhos seguirem rumos diferentes! Dizer tchau já não parece mais tão fácil quanto era, e quem vai embora leva um pedaço da gente, parece que perdemos algo e ganhamos em troca aquele nó na garganta, troca injusta...

  Dramático? Não.


  Feche os olhos agora e pense em alguém que está distante, que não vê a muito tempo mas que ainda assim é única pra você, alguém que você perdeu mas que ainda ama incondicionalmente. O que consegue sentir? Você ainda é capaz de ouvir a risada dessa pessoa mentalmente? Consegue ver o sorriso com riqueza de detalhes? Isso machuca? Você sorri e ao mesmo tempo uma lágrima ameaça surgir?  O nome disso é saudade! Palavra do nosso idioma que resume uma mescla de sentimentos e traduz o que se sente por alguém que não mais se encontra, e nenhum outro idioma consegue traduzir em uma única palavra. 


  Esse é o sentimento dos que amam! Não se envergonhe dele, aprenda com ele e seja mais forte. A saudade é dolorosa, mas é indício de que algo bom existe e que nem a morte é capaz de apagar.

Giovana Renoldi


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Meu pontinho de paz



  Hoje minha maior vontade era escrever sobre os bons filmes que assisti (comentarei sobre eles depois, talvez), sobre bons sentimentos, mas só consigo pensar no que eu mais preciso agora, um pouco da minha paz.

  Sabe aquele bom sentimento de que está tudo como deveria estar? Bom, é desse ai que eu estou falando...
  Algumas vezes parece que passou um pequeno furacão em nossas vidas e conseguiu tirar absolutamente tudo do lugar, talvez ele tenha mesmo passado e tudo o que precisamos é de um pontinho de paz.

  Dessa vez eu não sabia a quem ou a que recorrer pra encontrar isso (que parece tão simples).
  Escrever está me parecendo bastante aceitável, é um ótimo exercício para a mente e alivia a alma!
  Respirar fundo não serviu pra clarear a mente, gritar e chorar menos ainda. Geralmente músicas me acalmam, mas hoje o dia está estranho desde que acordei.

  E por mais estranho que pareça, por mais difícil de entender que isso seja para alguns, o que me deixou um pouco mais calma foi ouvir aquele miado fraquinho e insistente do meu gato deitado na porta do meu quarto, olhando pra mim como quem entende tudo que eu estou sentindo, como se pedisse permissão pra ajudar. Instantaneamente ele muda, fica mais calmo, e tenta deitar o mais próximo possível, pede carinho e "segura" minha mão como se mais nada importasse, como se ele soubesse o quanto essas pequenas coisas me fazem bem! Ele brinca com meu cabelo que está mexendo, esconde minhas roupas que estão fora do lugar, ele dorme no meu braço e se esconde entre meus travesseiros, bagunça minhas coisas, derruba o que está ao seu alcance, me espera na escada, pula em mim quando eu apareço, sai correndo quando eu o assusto, mas volta e brinca de esconder. Me faz rir e esquecer o que me faz mal, faz eu me sentir responsável por algo. Pelo meu esforço para ser uma boa dona, minha recompensa é um carinho, uma lambida, uma mordida... 


Meu pontinho de paz...
  Queria que algumas pessoas entendessem essa importância do Romeu em minha vida, de bônus poderiam entender também a importância de coisas pequenas, coisas que faltam! E quem nunca teve um bichinho que fosse importante? Quem nunca sentiu o mesmo? Bichinhos são a melhor companhia em muitas ocasiões... Não respondem, mas não nos machucam também, nem ferem com palavras.
  
É isso aí, não estou pretendendo fazer deste blog o meu diário particular, mas falar de sentimentos certamente vai me render muitos textos ainda!
  Pronto, desabafo feito... Hora de dormir!

Giovana Renoldi

sábado, 22 de janeiro de 2011

Atenção: procura-se coração perdido.





   Ele saiu sem rumo após uma briga com o cérebro.
  Não sei bem ao certo se ele ainda foge ou se esconde em algum lugar onde não haja tanta racionalidade.
  Ele disse que está cansado de não ser levado a sério, cansado de sofrer e ter que deixar o cérebro comandar cada passo seu, cansado de bater sozinho. Alegou estar em pedaços e que ainda encontraremos alguns deles pelos cantos, pedaços que ele já não conseguia mais fazer com que ficassem no lugar e que a falta deles machuca menos do que tentar mantê-los por perto. Ele tem cicatrizes recentes, de mágoas doloridas que não o deixam esquecer nada... E há sempre aquelas cicatrizes que incomodam em dias de chuva.
  Pobrezinho, ele é frágil e precisa de cuidados.
  Já foi abandonado e não suporta mais essa dor. Já se enganou, já se rendeu... 
  Ainda não teve a sensação de ser correspondido e não mais se apaixona loucamente (ordens do cérebro), mas sempre pediu muito para encontrar um coração pelo qual batesse mais forte.
  E como ele foi forte! Resistiu.

  Quero-o de volta, tudo fica pior sem ele.

  Se encontrá-lo, diga que faz falta por aqui.
  Se não quiser devolvê-lo, apenas cuide para que não se machuque mais! E diga-me que ele está bem...



Giovana Renoldi


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Segurança da minha mente...

  A segurança é algo que só encontro quando fecho os olhos e sonho, ainda que não esteja dormindo. É em minha mente que estou segura para meus devaneios insanos, meus planos sem rumo, minha vida fantasiada e meu príncipe encantado, aquele com quem vou me casar e ser feliz para sempre. É em minha mente teimosa, que as pessoas continuam sendo ingênuas e agem sem maldade, é aqui o meu refugio das frustrações da realidade, das ilusões construídas ao longo dos dias nas quais gostamos tanto de acreditar!
  É em minha mente que os sonhos e desejos se manifestam com maior intensidade, com mais sinceridade, pois aqui não há com o que me preocupar. Não há motivos para temer a opinião dos outros quando estou em segurança no meu mundo particular, faço e desfaço minha vida, apago e corrijo meus erros, não há decisões erradas, apenas muitas hipóteses... Em meio a tantas mudanças ainda há espaço para uma tranqüilidade fictícia.
  E é aqui, tão perto, onde ninguém me machuca ou entristece que eu posso ser quem quiser ao lado de quem quiser, sem que percebam ou critiquem, é onde me encontro e tenho o direito de ser plenamente feliz, sem importar como as coisas estão do lado de fora, aqui sou simplesmente eu! Só quem nunca buscou asilo em pensamentos não encontrou o conforto de estar só consigo mesmo nem a paz que se manifesta e acalma o coração.

Giovana Renoldi