sábado, 30 de abril de 2016

22h

22h
Preciso escolher: tudo ou nada? Agora ou depois? Amor ou razão?
Preciso ter certeza do caminho que vou seguir, esquerda ou direita? Um passo a frente ou dois passos para trás?
Preciso agir agora. Preciso sair de casa, preciso estudar, preciso trabalhar, preciso conquistar meu espaço, preciso mudar de vida, preciso justificar meus passos, para mim e para os outros, na esperança de me convencer de que, seja qual for minha escolha, será a certa, preciso...
E preciso disso pra ontem.
Preciso fazer tudo ao mesmo tempo, para ter tempo de aproveitar o tempo que ainda me resta ocupando-o com mais coisas que tomam meu precioso tempo aqui na Terra.
O que eu faço com o meu tempo? Como aplico as minhas horas? Que retorno elas me trazem? Quantas horas ainda me restam? Perguntas pertinentes.
É matemática financeira, é risco e retorno, é investimento, é rendimento.
E hoje é tudo questão de tempo...
Do tempo que passou e não volta, do tempo que nos resta, do tempo que "desperdiçamos" com coisas que nos fazem sorrir e do tempo que desperdiçamos fazendo coisas que precisamos, do tempo que se arrasta durante o dia e num piscar de olhos já se foi uma semana.
É questão de tempo...
Estou investindo bem? Tenho um portfólio de investimentos bom e variado?
22h23
É questão de tempo: Tic tac tic tac.
Desse que sempre me falta, nunca sobra porque preciso de coisas demais. Preciso?
Pra que a pressa se o fim que nos aguarda é o mesmo?
Invista bem seu tempo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Borboletas Azuis

Era um caminho como tantos outros, com pedras, tortuoso, escorregadio por causa da água que escorria, parecia assustador e traiçoeiro. Meu coração batia tão rápido, meus sentidos sobrecarregados tentando absorver tudo, minha mente a mil por hora: uma nova vida, um novo começo, tudo diferente e eu estaria sozinha. Mal percebi quando a primeira delas cruzou a estrada. Uma borboleta azul, clara como o céu, se destacando no meio do padrão verde e cinza monótono, não tinha como não ver. Depois vieram as outras, todas da mesma cor, dos mais diferentes tamanhos, reduzindo a importância dos obstáculos e do medo.

Algum tempo depois percebi que aquelas borboletas azuis aparecem sempre que eu preciso lembrar qual caminho devo seguir, me acompanham e melhoram meu humor, me emprestam suas cores. As vezes elas têm asas, as vezes não. Como pode borboleta sem asa? Eu explico: essa história pode ser interpretada literalmente e ainda será verdadeira, mas a verdade nessas linhas é diferente, porque minhas borboletas azuis têm nome, andam por ai serelepes e pimponas, nas terras das Minas Gerais, dos Aires, das Garças Brancas, da Nossa Senhora, do Cristo Redentor. Longe ou perto, fazem meu caminho mais leve e mais bonito.

É verdade que não estou livre do medo ou dos tropeços, longe disso, porém sou mais feliz por tê-las no meu caminho e por ainda ser capaz de enxergar a beleza da vida a partir daquele azul-céu agora tão familiar. Eu as escolhi e acredito ter sido escolhida também. Tenho uma família inteira de borboletas azuis, apesar de não tê-las de verdade, já que elas são livres para ir, e bem vindas se quiserem ficar. 

Vocês deviam ver que lindo quando elas voam.

Talvez eu seja meio borboleta azul também, não sei, tem dias que parece que sim, e se não sou, quero ser.
Mas se eu for, que beleza vai ser voar por ai.  



Fonte: http://www.ra-bugio.org.br/especies/469.jpg

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Missing You...

When I see you again I will tell you all about the life without you here, how almost a year passed and my feelings didn't change, our family is missing you every single day.
I will say all I should have said before when I had the chance and you were smiling, kidding with my brother and the situation. The strongest man I have ever met. I should have told you how I loved those times when we danced together and all your dirty jokes, because you were standing by my side in all the most important moments of my life, you believed in me.
I should had told.
Recently in my dreams you encouraged me to move on and smile. I will do it.
And then when I meet you again I will tell you how much I love you and how I'm thankful about everything, I promise.
For now, I can say you gonna be with me until the end of my life, the love you gave will never get lost, I'm sure.


About missing you... I still don't know how to deal with it. 

sábado, 19 de setembro de 2015

Elas têm poder...

     

E muito...

Movem montanhas, constroem heróis, pintam vilões, marcam a alma, contam histórias, fazem agir, fazem o bem, dividem tristezas, descrevem memórias, multiplicam o amor, dão força às magoas, porque nem sempre são boas, essas danadas... Com sua força o mar dança, deuses tomam forma, príncipes criam vida, o que era só ida vira volta e tudo se mistura num liquidificador. Como as coroas douradas, as palavras dão poder: de furar e ferir, costurar e colar, de fazer virar infinito, de fazer ser eterno. Se faltam, deixam culpas; se sobram, deixam cicatrizes.

Com elas é que a menina se põe a sonhar: acredita, sente e faz com que acreditem no que passa em seu coração, as vezes de forma atrapalhada, quando os pensamentos são mais rápidos do que ela pode colocá-los no mundo, mas tudo sai sem filtros, sem pudor, num fluxo constante.

A mulher, por sua vez, se defende, argumenta, vira o jogo, dá sermão, usa todas as cartas na manga para construir, conduzir, acalmar, mas não se acalma. O pensamento continua rápido demais, os desejos desencontram a realidade, e as palavras lhe faltam, há anos elas lhe faltam. Talvez não mais... Talvez!

As duas juntas fazem das palavras gato e sapato: um tornado na mente, uma enchente no coração, uma calmaria na fala sempre controlada... E cada detalhe do que já lhe foi dito, rasgado e jogado pra fora sem cuidado, a transforma em uma nova versão de si, um novo fenômeno da natureza, em verde, em azul. E cada letra vira ferramenta: organiza, desregula,  transforma, reinventa e volta ao começo, tudo de novo. Ela pinta e borda para colocar-se nos eixos, para perder-se no tempo, para encontrar a saída, transbordando tudo que sobra e não lhe fará falta.

Desenrola! Esclarece! Cura! Muda!

Ahhhh, essas palavras!



Ao cara que me fez escrever de novo, obrigada =D
Por algumas pessoas vale a pena... 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Despedidas, distância e saudade...



  Não lido bem com despedidas nem com distância! 
  
  Parece-me tão injusto ter que ver as pessoas que mais amo e dizer tchau, aquelas pessoas que me fizeram sentir especial, que só de ver já me fazem sorrir, que os abraços sempre me confortaram, que as palavras sempre foram úteis, que os conselhos foram de bom coração, aquelas de quem a preocupação comigo foi sincera... 
  Pra então só restar saudade? As boas lembranças não me parecem suficientes, tampouco.
  Nada paga a presença física, poder ver de perto o brilho nos olhos de quem é especial pra gente! Ninguém substitui quem já passou por nossas vidas e fez diferença, que fez-nos sentir algo bom. As memórias não são descartáveis assim!

  Quando a gente é criança mal nota as despedidas ou as mudanças, nos adaptamos rapidamente a novos ambientes, mas então a gente cresce e as coisas se complicam: a gente se envolve mais com as pessoas, conhece-as melhor, divide problemas, responsabilidades, divide conquistas, anda junto por um trecho da vida para, um dia, nossos caminhos seguirem rumos diferentes! Dizer tchau já não parece mais tão fácil quanto era, e quem vai embora leva um pedaço da gente, parece que perdemos algo e ganhamos em troca aquele nó na garganta, troca injusta...

  Dramático? Não.


  Feche os olhos agora e pense em alguém que está distante, que não vê a muito tempo mas que ainda assim é única pra você, alguém que você perdeu mas que ainda ama incondicionalmente. O que consegue sentir? Você ainda é capaz de ouvir a risada dessa pessoa mentalmente? Consegue ver o sorriso com riqueza de detalhes? Isso machuca? Você sorri e ao mesmo tempo uma lágrima ameaça surgir?  O nome disso é saudade! Palavra do nosso idioma que resume uma mescla de sentimentos e traduz o que se sente por alguém que não mais se encontra, e nenhum outro idioma consegue traduzir em uma única palavra. 


  Esse é o sentimento dos que amam! Não se envergonhe dele, aprenda com ele e seja mais forte. A saudade é dolorosa, mas é indício de que algo bom existe e que nem a morte é capaz de apagar.

Giovana Renoldi